Um menino – desses que várias pessoas por aí afora costumam chamar de “moleque”, “pivete” ou coisa bem pior – me abordou certa vez e pediu licença para pegar um guardanapo da mesa. “Claro”, disse. E ele pegou. Mas não foi embora. Ficou por ali mesmo. Pouco tempo depois, o garoto me entregou uma rosa de papel, na esperança de receber algum trocado pelo gesto. Pronto. Aquilo acabou comigo. E eu chorei por um bom tempo.
A noite deveria ser de pura distração, bebida e papo-furado, num barzinho qualquer. Mas não foi. Foi um soco. Bem na boca do estômago. Sequer perguntei o nome dele. Ou quem o ensinou a fazer rosas de papel. Não sei se tinha mãe, casa, comida, um brinquedo, um amigo, uma escola, sapatos... E, mesmo sem saber nada sobre, não consigo esquecer daquele garoto. Ou não me sentir culpada cada vez que vejo uma criança como ele, jogada no mundo, meio que pagando penitência por ter nascido.
Crianças que estão por todos os becos e lugares - em lugar nenhum. E a gente vira o rosto. E finge que não vê. Que não é com a gente. E elas se tornam invisíveis. E perdem a inocência, endurecem perdendo a ternura. E quase deixam de ser crianças. E nós? Omissos. Indiferentes. Cada vez mais.
Aquela rosa me tornou uma pessoa mais incomodada e, por vezes, angustiada. Tomara que esse texto te incomode também. Nem que seja um pouquinho de nada.
*Essa história aconteceu sim, em João Pessoa. Mas poderia ter sido em São Paulo ou em qualquer outro lugar, né mesmo? E, sim. Foi por essas e outras que optei por jornalismo social, que é pra mudar o mundo (rs). Falta conseguir um emprego e do something about it!
A noite deveria ser de pura distração, bebida e papo-furado, num barzinho qualquer. Mas não foi. Foi um soco. Bem na boca do estômago. Sequer perguntei o nome dele. Ou quem o ensinou a fazer rosas de papel. Não sei se tinha mãe, casa, comida, um brinquedo, um amigo, uma escola, sapatos... E, mesmo sem saber nada sobre, não consigo esquecer daquele garoto. Ou não me sentir culpada cada vez que vejo uma criança como ele, jogada no mundo, meio que pagando penitência por ter nascido.
Crianças que estão por todos os becos e lugares - em lugar nenhum. E a gente vira o rosto. E finge que não vê. Que não é com a gente. E elas se tornam invisíveis. E perdem a inocência, endurecem perdendo a ternura. E quase deixam de ser crianças. E nós? Omissos. Indiferentes. Cada vez mais.
Aquela rosa me tornou uma pessoa mais incomodada e, por vezes, angustiada. Tomara que esse texto te incomode também. Nem que seja um pouquinho de nada.
*Essa história aconteceu sim, em João Pessoa. Mas poderia ter sido em São Paulo ou em qualquer outro lugar, né mesmo? E, sim. Foi por essas e outras que optei por jornalismo social, que é pra mudar o mundo (rs). Falta conseguir um emprego e do something about it!
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