Das séries_Um dia a casa cai e Vamos falar de cinema?
Para quem ainda não assistiu, aqui vai uma recomendação veemente do Coisas e minha: o longa Nas Terras do Bem-Virá, lançado em março de 2007 no Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade (It´s All True).
O documentário, de Alexandre Rampazzo e Tatiana Polastri, é resultado de três anos de pesquisa e foi gravado em 29 cidades de cinco estados do Norte e Nordeste. Ele aborda o modelo de colonização da Amazônia adotado pelo governo militar que, temendo uma intervenção nacional, resolve incentivar a ocupação do território com a migração da população nordestina.
Seria a solução perfeita para resolver o problema da seca no Nordeste e desenvolver a região amazônica, assim, numa tacada só, com o lema: "Homens sem terras do Nordeste para terras sem homens na Amazônia".
Trabalho escravo no novo milênio. Como assim?
Só que o resultado não foi bem esse. A “terra do leite e do mel” que eles pregavam, bem... não existia. Árvores foram derrubadas sob fortes aplausos e estradas foram abertas. Mas os fugitivos da seca caíram no trabalho escravo, nas mãos de gatos e grileiros.
Deviam a viagem de trem, a comida do trajeto, a hospedagem da chegada. Era impossível pagar. Os homens perderam suas famílias, as suas terras, foram assassinados e viram seus líderes serem assassinados. Quem aqui já se esqueceu dos assassinatos de Chico Mendes e da irmã Dorothy? E os missionários, gente, que são ameaçados de morte no Pará todo o tempo?
O documentário, de Alexandre Rampazzo e Tatiana Polastri, é resultado de três anos de pesquisa e foi gravado em 29 cidades de cinco estados do Norte e Nordeste. Ele aborda o modelo de colonização da Amazônia adotado pelo governo militar que, temendo uma intervenção nacional, resolve incentivar a ocupação do território com a migração da população nordestina.
Seria a solução perfeita para resolver o problema da seca no Nordeste e desenvolver a região amazônica, assim, numa tacada só, com o lema: "Homens sem terras do Nordeste para terras sem homens na Amazônia".
Trabalho escravo no novo milênio. Como assim?
Só que o resultado não foi bem esse. A “terra do leite e do mel” que eles pregavam, bem... não existia. Árvores foram derrubadas sob fortes aplausos e estradas foram abertas. Mas os fugitivos da seca caíram no trabalho escravo, nas mãos de gatos e grileiros.
Deviam a viagem de trem, a comida do trajeto, a hospedagem da chegada. Era impossível pagar. Os homens perderam suas famílias, as suas terras, foram assassinados e viram seus líderes serem assassinados. Quem aqui já se esqueceu dos assassinatos de Chico Mendes e da irmã Dorothy? E os missionários, gente, que são ameaçados de morte no Pará todo o tempo?
Todo esse ciclo, até a fiscalização e o trabalho de resgate do Ministério do Trabalho, é mostrado no filme. Não, não é drama. É a realidade crua.
São vários casos de conflitos violentos – como o massacre de Eldorado dos Carajás – envolvendo um povo que cansou de migrar pela sua sobrevivência. Eles querem um pedaço de terra numa terra de latifundiários (são bem poucos os hectares), querem deixar de ser escravos.
Sim, escravos ainda existem. Acorda, gente, os casos não nem um pouco raros os casos!
Triste, belo, o avesso do avesso.
A primeira vez que assisti ao documentário foi na PUC, no curso de Jornalismo Social - sim, sim, há tempos que devemos essa dica a vocês, colegas. Chorei. Aliás, choramos todos (ou quase) em classe. Nas Terras do Bem-Virá é belo, bem amarrado, sua narrativa... flui. E só digo mais uma coisa: esse filme não é essencial apenas para um punhado de especialistas que conseguem a façanha de concluir o curso superior. Não, não.
Ficha Técnica
Nas terras do Bem-Virá
Documentário, Brasil, 2007.
Duração: 110 minutos
Direção: Alexandre Rampazzo
Roteiro e Pesquisa: Tatiana Polastri e Alexandre Rampazzo
Produção: Tatiana Polastri
Edição: Fernando Dourado
Fotografia: Fernando Dourado e Alexadre Rampazzo
Som: Nilson Norio Takae
Trilha Sonora Original: Nanah Correia, Julian Tirado e João Bá
Roteiro e Pesquisa: Tatiana Polastri e Alexandre Rampazzo
Produção: Tatiana Polastri
Edição: Fernando Dourado
Fotografia: Fernando Dourado e Alexadre Rampazzo
Som: Nilson Norio Takae
Trilha Sonora Original: Nanah Correia, Julian Tirado e João Bá
2 comentários:
finalmente. podia ter retornado com um assunto mais leve.
difícil encontrar a tal leveza, ton... nem te conto!
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