O buraco é mais embaixo, sempre é.

Da série_Aconteceu comigo, aconteceu em Sampa
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Eis que reencontro o senhorzinho do "você é bonita demais".
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- Moça, vamo tomar um café comigo? Eu pago.

- Não, obrigada.

- Vamo, moça, assim, como amizade, no maior respeito, eu pago sim.

- O senhor não precisa se preocupar... já estou indo pra casa!

- Mas é na maior amizade, eu não vou nem tirar brincadeira. Olha, a moça ali da banca gosta de mim. Mas ela gosta de mim mesmo, assim, de verdade. Quer sair comigo. Eu já disse a ela que não, eu gosto do marido dela, tenho muita consideração pelo baixinho, aquele que fica sempre aqui. Já disse a ela que não. Mas ela gosta, ela gosta de mim. Quer dizer, eu não posso dizer que nunca, né? Sei lá. Às vezes o diabo fica tentando. Mas, não. Eu gosto muito daquele baixinho. Eu tenho duas casas. Eu vivo com a minha mulher e os meus filhos, mas a gente não tem nada. Eu vou lá, dou o dinheiro pros meus filhos e pronto. Eu tenho um filho preso. Metade do meu dinheiro é pra pagar a "adevogada". Todo mês eu tenho que dar metade a ela. São seis meses, faltam dois meses ainda. Eu fico com 200 reais. O que é 200 reais? Nada, não é nada. Eu tive que dar 50 reais pra minha nora comprar a passagem pro meu filho passar o dia dos pais comigo. Quando o dinheiro for só meu e eu não tiver mais que pagar a "adevogada", aí, com fé em Deus, eu vou arrumar uma pessoa pra morar comigo, sabe?

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Que olhar triste! Chega a minha carona. Tchau, viu? Boa-noite pro senhor. Ah, o seu esposo chegou, né? Tchau, vá com Deus!

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Precisa dizer que o senhor (a idade é próxima à do meu avô) estava era (bem) bêbado e viajando? Que não, não. A moça da banca é casada, bonita e tem um filho pequeno. Não gosta dele, nem quis sair com ele. Mas, o trata bem, assim, de igual, às vezes, pede pra ele comprar cigarro pra ela. E ele pede um salgadinho desses de pimenta ou um saquinho de amendoim. Dia desses me ofereceu também.
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