A história da sopa de feijão (daquelas de saquinho, sabe?)

Da microssérie (que era pra ser) de um capítulo apenas (mas eu não resisto)_Um daqueles posts com licença poética e blá.

.

Contei lá no Twitter e resolvi contar no Coisa também, porque foi hilário. Comprei mantimentos, né? Num mercadinho que tem aqui na esquina. Como lá não aceita o meu sagrado Vale Alimentação (que está esgotado desde o começo do mês), não rola comprar, comprar. Então comprei só o que era de sobrevivência pro final de semana: dois chocolates (ouro branco, que foram devorados assim que entrei no cafofo... não, não... no elevador!), um pano de chão (que os daqui merecem é ir pro lixo), dois flans de baunilha com calda de caramelo, um cheetos de lua e um fandangos de queijo (também consumidos na mesma noite). Ah, e um bolo de laranja e a sopa de feijão de saquinho!

Vale lembrar que passei o dia inteirinho a esperar por alguém que não iria chegar: o mocinho do box do banheiro. Não veio e não me mandou recado, o maledeto. Saí rapidão pra comprar comida no mercadinho, que seu Inácio (porteiro gentefiníssima, campinense, ó, fez até um cafezinho pra mamis com queijo manteiga!) tinha me avisado “corre lá, que ainda tá aberto!”. Corri, hein? Porque tava era um frio da cebola, como se diz nas bandas de lá. Comi tudo, como bem contei a vocês. Deixei só o bolo de laranja e a sopa de feijão de saquinho pra hoje. Café-da-manhã, almoço e jantar numa só tacada.

Pois. Panela nova, fogão novo, água (o segredo é colocar sempre uma quantidade menor do que eles indicam no saquinho), conteúdo do saquinho na panela, mexe pra cá, mexe pra lá, sopa pronta – e cheirosíssima. Parece até de verdade, penso eu animada. E a concha, cadê a concha, hein? Eita peste! Tá na mudança, ó... e agora? Mergulhar, né? A caneca na panela... Pois mergulhei, com gosto. Não foi bonito. E o jeito?

Já passei por situações piores, devo confessar... imaginem vocês o que é tentar fazer sopa de saquinho – dessas de caneca individual mesmo – com água quente do chuveiro. Visualizaram? Pois já tentei. Chuveiro ligado e eu lá, com a mesma caneca (bendita seja!), de braço estendido, queimando os dedinhos, pra conseguiu um tantinho de água pra danada da sopa. E ficou horrível, hein? Não tentem isso em casa. É que tava frio, gente! E eu não aguentava mais leite desnatado gelado com achocolatado light e bolacha sem graça de água e sal.

E eu passaria a noite inteirinha acá, escrevendo vários causos verídicos. Mas tou numa de “não-sei-se-tremo-não-sei-se-durmo”. E, tiritando de frio, depois de várias canecas mergulhadas na sopa de feijão quentinha, hei de me enrolar por inteiro e contar os carneirinhos do meu pijama – que é improvável dormir tão cedo depois de ter hibernado o dia todo, hein?