Terminal Princesa Isabel, por volta das sete horas da noite, depois de um dia não tão produtivo – eu contei que tive insônia noite passada e tudo mais? Pois tive. Olheiras não disfarçadas, cabeleira revolta e passos apressados, que era pra ver se chegava mais cedo no cafofo (como se dependesse de mim a saída do ônibus).
Pelo menos ele já estava lá, esperando, quando cheguei. Eis que eu entro – e aí vocês já podem começar a pensar “lá vem ela com mais uma de suas histórias”. Vou mentir não, hein? Lá vou eu mesmo. Foi assim:entrei no ônibus e um cara, chamado Júnior, soube depois, que já estava sentado, foi me acompanhando com os olhos e com a cabeça. Tarado total, gente! Sentei, né? Pra esperar o cobrador e poder passar pela danada da catraca, suspendendo a bolsa pra não dar vexame de novo. E de costas pra ele..
Uma mulher, nem moça nem velha, brincou: mas você não tem jeito, né rapaz? Mulher bonita eu olho mesmo (voz de locutor de programa de rádio estilo love night). Tem que olhar. É bonita, é bonita mesmo. É cada uma que passa. Essa daí tem que dar uma nota logo. Nem que nota dar a ela, é mais que nota dez, é mil, é mais de mil (pessoa segurando a gargalhada, pra não dar cabimento ao sujeito... sabe nível canteiro de obra? Poético perto desse jagunço).
Não encarei a criatura, vai que ele me interpreta mal? Passei na catraca, pedi licença e sentei ao lado de um moço que ouvia musiquinha no celular e coisa e tal. Cobra sem veneno: ouvindo um barulhinho bom, distraído, na dele. Eis que:
- Você não se chama Cláudia, né?
- É... não? (!)
- Ah, tá... desculpa.
- Imagina... (voz de tédio)
Longos 3 minutos depois, sem saber se fingia um cochilo ou mascava chiclete, já que não tinha nada que me fizesse parecer ocupada, nem um livrinho na bolsa, nem um bloquinho de anotação...
- Já aconteceu com você?
- Hã?
- Isso que aconteceu comigo...
- ... (cara de “como assim?’)
- De ver uma pessoa de longe e achar que era outra e não ser?
Pausa para uma análise. Reparem: eu tava do lado dele. Mesmo que tivesse acontecido, chegando perto a pessoa haveria de saber que... não, não sou Cláudia coisíssima nenhuma, concordam? Pois a resposta foi um não mais seco que a minha cútis nesse inverno, seguido da minha melhor “cara de castanha” e acompanhado em pensamento por um “ah vá!”.
É, colegas, vão me desculpando. Mas nos transportes coletivos, não tem pra ninguém. Só dá a parruda aqui!
5 comentários:
eu tô achando esse busão tão vazio. cadê os milhoes de moradores de SP?
pois eu tb achei mais vazio que o normal. mas nessa linha, até a minha parada pelo menos, nunca vem bombando, o busú...
ng merece ein?
e só pra constar: não suporto os ônibus de SP com janelas que abrem só na parte de cima. Aff maria. Nos dias quentes é uma coisa de horrível!
dama do lotação bem diferente da de nelson :)
rachell_não, ninguém, hein? não aindei de bus ainda no verão, ó!
bru_pois é! aquela lá era uma devassa! hahahaha
;*
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