
Em pouco mais de 20 anos, a CVRD se tornaria a maior empresa de mineração diversificada das Américas e segunda maior do mundo, com reservas de minérios de ferro e pelotas, manganês e ferroligas, carvão, níquel e atuando também na produção da cadeia do alumínio (bauxita, alumina, e alumínio primário), minerais não ferrosos (cobre, cloreto de potássio e caulim), além de ser, atualmente, a principal fornecedora de serviços de logística no Brasil – através de movimentação portuária e de cargas em ferrovias.
Mas aconteceu que o então presidente FHC resolveu, assim, do nada mesmo (será?), apesar da eficiência da companhia e do lucro por ela gerado, privatizar a Vale.
Não sei se vocês perceberam, mas nos últimos tempos a CVDR vem bombardeando o horário nobre com propaganda da Companhia, na voz da atriz global Fernanda Montenegro. À primeira vista, é uma belíssima campanha: vale isso, vale aquilo... Mas é preciso que a gente entenda o que está por trás disso tudo.
A nefasta privatização
Para começo de conversa, o leilão da Vale ocorreu de forma irregular. A Lei de Licitação determina que para o leilão faz-se obrigatória uma avaliação prévia da companhia, não podendo haver nenhum vínculo entre avaliador e comprador. Acontece que o Bradesco, que participou do consórcio de avaliação de venda, acabou virando acionista da companhia. Além disso, a CVRD foi vendida por um preço quase 30 vezes abaixo do seu valor patrimonial – ou seja, ínfimos 3,3 bilhões de dólares, quando se estimava o capital e patrimônio da companhia no valor aproximado de 94 bilhões de dólares.
A privatização da CVRD não está consolidada, portanto essa tentativa de retomada é sim legal. Atualmente há mais de 100 ações populares contra o leilão que passou a companhia para as mãos do capital estrangeiro.
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O plebiscito
Na semana da pátria (mais especificamente entre 1 e 9 de setembro) foi realizado o plebiscito popular pela nulidade do leilão da Vale do Rio Doce, com cerca de 40 mil urnas espalhadas em 27 estados, culminando com o 13º Grito dos Excluídos (2) – que teve com tema: “Isto não VALE! Queremos participação no destino da nação”.
Para votar era preciso apenas apresentar um documento de identificação (RG, carteira profissional, título de eleitor, etc). Menores de 16 anos também tiveram direito ao voto, contabilizados em urna e lista de presença à parte. O resultado do plebiscito será divulgado agora em outubro.
A Campanha "A Vale é nossa" produziu um documentário sobre o processo de privatização da Vale do Rio Doce. Com perdão do trocadilho, vale assistir para entender um tantinho melhor todo o contexto da privatização!
A Vale é nossa - Parte 1
A Vale é nossa - Parte 2
A Vale é nossa - Parte 3
Na semana da pátria (mais especificamente entre 1 e 9 de setembro) foi realizado o plebiscito popular pela nulidade do leilão da Vale do Rio Doce, com cerca de 40 mil urnas espalhadas em 27 estados, culminando com o 13º Grito dos Excluídos (2) – que teve com tema: “Isto não VALE! Queremos participação no destino da nação”.
Para votar era preciso apenas apresentar um documento de identificação (RG, carteira profissional, título de eleitor, etc). Menores de 16 anos também tiveram direito ao voto, contabilizados em urna e lista de presença à parte. O resultado do plebiscito será divulgado agora em outubro.
A Campanha "A Vale é nossa" produziu um documentário sobre o processo de privatização da Vale do Rio Doce. Com perdão do trocadilho, vale assistir para entender um tantinho melhor todo o contexto da privatização!
A Vale é nossa - Parte 1
A Vale é nossa - Parte 2
A Vale é nossa - Parte 3
Para saber ainda mais, visite também o site do Comitê Nacional pela Anulação do Leilão de Privatização da Vale.
(1) Com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, em 1941, o país precisava do apoio estratégico do Brasil e demais países das Américas. Em represália ao torpedeamento de cinco navios brasileiros por submarinos (supostamente) alemães, em março de 1942, na Terceira Reunião de Consulta de Chanceleres Americanos, foram fechados os Acordos de Washington, configurando o alinhamento do Brasil aos aliados.
(1) Com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, em 1941, o país precisava do apoio estratégico do Brasil e demais países das Américas. Em represália ao torpedeamento de cinco navios brasileiros por submarinos (supostamente) alemães, em março de 1942, na Terceira Reunião de Consulta de Chanceleres Americanos, foram fechados os Acordos de Washington, configurando o alinhamento do Brasil aos aliados.
Esses acordos – que favoreciam a implantação do projeto siderúrgico brasileiro, a fim de fornecer minérios importantes à indústria bélica americana – foram decisivos para a criação da Companhia Siderúrgica Nacional e da Companhia Vale do Rio Doce. In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Acordos_de_Washington
(2) Em São Paulo, o 13º Grito dos Excluídos foi realizado em frente ao Museu do Ipiranga.
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