Arnaldo Antunes sem muito roquênrou

Deixa eu compartilhar a minha experiência na Virada Cultural, gente. Vou logo confessando que não procurei muita coisa. Com tanto na programação, só fui até o Palco do Rock em busca do show de Arnaldo Antunes, topando antes com um tal Palco das Meninas (por pura desorientação espacial no centro de São Paulo). E, antes disso, tropeçando na galera que tinha virado a noite, agora espalhada pelo chão do metrô.

A primeira parada foi a pracinha da alimentação, que tinha “de um tudo”: comida italiana, japonesa, empanada mexicana, baiana, pastel, doces portugueses da vovó e dogão do betão. Um espetáculo. Ainda mais levando em conta um casal que estava bem esfomeado – sim, marido foi junto. E o que falar então do globo da morte ali, no meio do caminho? Maior barato, né não?

Tinha gente por todos os lados, em cima das árvores. A maioria do público na Praça da República é estava vestida a la “roquênrou”. Vi até uma mulher pintada de azul. Mas, vamos combinar, que o show, de “roquênrou” mesmo, não teve muito. Aliás, quase nada. Coisa mais leve mesmo, com umas musiquinhas bacanas do Titãs aqui e ali. Não digo que não apreciei o barulhinho bom, antes que você, que é fã do cara, me venha com protestos. Ele é, de fato, o cara. Mas esse show, na humildérrima opinião, caberia em um "Palco da MPB".

O negócio estaria até bem bom, não fosse o lixo espalhado pela praça e os vários sujeitos te encarando e abordando para pedir um “troco” - bem ao estilo "se-não-me-der-eu-tomo". Sem falar nos catadores de lata, esfarrapados, tentando garantir o seu troquinho. Não é simples assim virar o rosto pra miséria e se divertir, gente! Não quando ela olha nos seus olhos...

Bom, a experiência acabou antes mesmo do show esquentar (se é que esquentou, que aí eu já não sei). Mas ano que vem tem mais. E, quem sabe, a minha pessoa se aventura mais pela cidade afora...