domingo, 8 de fevereiro de 2009

Essa mania (feia) de pegar carona na leitura alheia.

Da série_Eu leio em pé ou Leituras de vagão

Eis que a situação se inverte: a mania não é só minha. E não é que um moço se chega ao meu lado e começa a ler a minha leitura?

- Pô, mano, vai ler o livro da mina?
- É, truta, tou pegando carona aqui no livro dela. É bom ler pro tempo passar mais rápido. Eu gosto de ler. Quero comprar um livro pra mim, um que eu dei à minha ex-namorada. Destinos entrelaçados (juro que segurei o risinho malvado). É da hora. Dói pra furar o nariz?
- Não...
- Ah, mano, mas assim você vai atrapalhar a mina.
- É, não vou atrapalhar a leitura dela (já atrapalhando deveras, percebam). Você é linda, viu? Parabéns! (como assim parabéns, né?)
.

E não é que o livro existe?

Enquanto isso, Riobaldo (1) tentava me contar que carecia ficar sozinho. “Desespero quieto às vezes é o melhor remédio que há. Que alarga o mundo e põe a criatura solta. Medo agrarra a gente é pelo enraizado”. De sozinha, como sou, também carecia eu. Invasão, pessoas, invasão. O moço invadiu o meu grande sertão!

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(1) Narrador-personagem das veredas do sertão de Guimarães Rosa.
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2 comentários:

.ailton. disse...

enquanto ele não invadir as veredas tá bom.

εïз mi disse...

ôpa! há proteção nesse sertão. né qualquer um que se aproxima das veredas não, rapá! rsrs