domingo, 28 de junho de 2009

No ponto de táxi

Da série_Aconteceu em Sampa, aconteceu comigo!

Moça, me empresta cinquenta centavos? E um real? E quinze centavos? Me empresta, moça! Quer dizer, me empresta não, que eu não vou lhe devolver... Não tem não? Eu sei que você não gosta de dar dinheiro pra criança, mas eu não sou criança, tenho 43 anos. Não tem não? Não é pra mim beber, é pra mim tomar uma pinga. Rimos juntos, ele volta pros amigos, igualmente bêbados, num dos bancos do ponto de táxi.
..
Eis que... moça, não tem mesmo cinquenta centavos? Nem um real? Nem cinco reais? (eita, daqui a pouco ele vai pedir pra ela cinquenta reais!). Só pra eu pegar um táxi, brinca. Não, é pra eu toar uma pinga. Moço, eu só tenho pra pagar o meu táxi. A continha, minto eu. É só cinquenta centavos uma pinga, moça, pelo amor de Deus! Mas você tá me pedindo pelo amor de Deus pra tomar uma pinga? (bem malcriada!). Tá bom, vai! Toma aqui. Moça, obrigado, você é uma pessoa maravilhosa. É casada? Solteira? Viúva? (não deixo de ser, pensei rsrs) Quer casar comigo? Não, não. É, quem vai querer casar com uma bicha bêbada? (cheguei a comentar que ele era?). Ninguém quer casar, moço, melhor não... vá por mim!
.
O ambiente. Bacana, né? Temei!
>
E me atire uma pedra quem quiser, tava frio, ele já tava bem bêbado e dizem que o álcool esquenta e, se não esquentar, adormece. E não, não costumo dar minhas moedinhas pra pagar pinga de pinguço (ainda que bem sincero!)
.
Dali a dois minutos e meio, um outro desdentado me aparece... Moça, me dá cinquenta centavos? Agora é festa, é? Não, moço, não tenho. Ele insiste, me dá cinquenta centavos, meu amor. Agora eu fiquei irritada. Olhe, moço, o que eu tinha, já dei. Não. Não, tá bem? Me deixa!
..

Nenhum comentário: