domingo, 15 de novembro de 2009

Meus vinte e poucos anos...

27. Não tem nem por que negar. E sim, essa é uma daqueles escritos retroativos que havia mencionado. E que foi escrito há, pelo menos, uns cinco meses. Coisa existencial. A parte do amor anda desatualizada. Ele veio. E, embora naturalmente, de manso não teve nada. Mas isso é outra história:

(...) Nesse período, perdi animais de estimação que estavam mais para membros da família. E doeu bastante. Ainda lamento a falta deles.

Fiz amizades e perdi amizades. Só que amigos de verdade não se perdem. Então acho que saí no lucro.

Aprendi que, sim, por mais que eu não queira, sou mais forte do que digo e penso.

Perdi a vergonha e me envergonhei ainda mais. Eu me apaixonei. Uma vez só. E quero cada pedacinho de infelicidade e o borboletear das asinhas de todas as 97 borboletas que carrego no estômago. Não, eu não fui correspondida – pelo menos não da maneira que mocinhas apaixonadinhas com olhar adolescente esperam (mesmo sabendo que não vai rolar). Mas percebi que o que me falta não é um amor tranquilo. Tive medo.

Senti falta e inveja de mim mesma. Raiva de quando não sou tudo o que poderia ser. Chorei tanto, que correram lágrimas que nem eram mais minhas – ou não deveriam mais me pertencer.

Dizem que a fase de maior crescimento de um ser humano é do nascimento ao primeiro ano de vida. O último ano da minha vida foi o que mais me ensinou, não tenho dúvidas.

Tive alegrias também. Quatro pessoas muito importantes passaram no vestibular para universidades federais. Duas tão especiais quanto, também conseguiram entrar na faculdade – e a minha fé de que daria certo não fez dessa conquista coisa menos estonteante. Amigas especiais, mais pra irmãs, casaram-se. Outros, tornaram-se pais, avós, bisavós.

Minha avó e meu avô rezam por mim todos os dias e me parte o coração ficar longe deles, mais do que quaisquer pessoas. Estou protegida. Minha irmã caçula e o meu pai sempre me ligam pra dizer que me amam. Os meus irmãos me amam e não precisam dizer nada: são o meu equilíbrio vital. A minha mãe é a outra metade da minha alma, ainda que não saiba e ainda que ela não esteja partida apenas em dois pedaços. Jamais ficaria completa sem a minha madrinha. Eu me dei conta que tenho a família menos convencional do mundo e, mesmo assim, a mais homogênea.

Tenho uma tia e uma avó que estão sempre comigo também em orações. Um tio que eu amo de paixão, e não me declaro. Com filhas que são quase minhas sobrinhas e por quem tenho um carinho imenso.

Vez por outra tenho surtos e gasto. Muito. Coisa que eu não posso e que não me completa. Com menor frequencia, acalmo o lado da alma que me pertence e rezo.

Continuo angustiada. Cansei de tentar ser leve. Ainda assim, sou.

6 comentários:

Unknown disse...

Eu sei sim...:-) mas tio Britto precisa saber desse amor, liga escreve manda um telegrama, as pessoas precisam saber que são queridas, e ele então...

jr disse...

Filha amada de pai: Conversar, expor o que sente, de bom e não tão bom, é uma das formas mais adequadas para se livrar das angústias. Colocar para fora, com as pessoas certas, tudo que faz mal e repartir tudo que faz bem ou é um alívio ou uma enorme alegria para a alma.

Rachel disse...

O Coisas sempre volta em grande estilo!

Vou tá entrando no melhor ano. só digo isso!

beijos

Rachel disse...

opss...

*vc e não vou

εïз mi disse...

mamis_diz tu!

pai_poizé!

rachel_tou sentindo, hein? que os 27 vêm com tudo. melhor fase ever! rsrsrs

tia Cacá disse...

A oração encurta a distância, imposta pelo corre-corre e necessidades da vida.
Embora, a distância seja insignificante quando se ama alguém, pois existe o bendito telefone para "tapear" a saudade.
Bjs e Deus te abençoe
Tia Cacá (agora tia Kaká, kkkk)