terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Quem disse que cheguei a tempo dos parabéns?

Nem a tempo do “é pique, é pique”. Acontece que o meu voo (ainda acho horrível escrever sem o chapeuzinho), que tinha conexão em Recife, teve mais de quatro horas de atraso. E a chegada que estava prevista para as 20h30 só aconteceu depois das 00h30. Ou seja, no dia 26. Pronto, perdi o aniversário de São Paulo. De novo!
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E o primeiro dia de volta à terra dos temporais foi pra lá de deprê (vamos excluir daqui o reencontro com o namorado, que foi a única coisa que encheu o peito de novo de coisas boas, depois de chorar e chorar e chorar viagem afora). Explico: sem tevê, internet ou telefone e com muita, mas muita mesmo, chuva, daquelas que entristecem (vocês, que têm a caixinha mágica em casa, bem devem ter visto as reportagens). E aí, né, não dá outra: a pessoa aqui volta a se perguntar “o que raio, hein? que eu tou fazendo aqui nessa cidade que São Pedro não dá nem trégua? vôte!”. E visualizem que, para completar o quadro de mau-humor e solidão do ser humano que vos fala, não havia alimento que alimentasse satisfatoriamente no cafofo – afora a cocada-que-não-vingou e que virou bolinha-de-doce-de-côco-com-açúcar-mascavo-da-minha-mãe e dois pares de cachaças paraibanas, as melhores da região.
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Pois. Sem comida e sem guarda-chuva. Sim, porque o meu já deu o que tinha que dar e nem sei como vou voltar pra casa hoje do trabalho. E nem se o computador vai ligar (se você nos lê, ligou, oras! viva, então!). Enfim, o problema foi a terça-feira, a volta pra Sampa e blá. Onde eu tava? Dia triste, tristonho, sem comida. Sem ter como pedir por telefone ou me comunicar com o mundo, porque telefone não havia não. Sem coragem de tomar um belo banho de chuva pra comprar um belo miojo ou uma sopa de saquinho no mercadinho da esquina, que o crime não compensava.
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Eis que a chuva para de chover. O telefone, como mágica,volta a dizer alô. O namorado liga e convida pra um yakissoba honestíssimo na Liberdade: "amor, ninguém consegue ficar feliz com essa fome toda". E você sente que o vento gelado que vem com os pingos d´água nem é tão ruim assim; tem a agradável suspresa de encontrar o restaurante gostoso e "balato" praticamente vazio, dispensa até o rolinho primavera e vai direto pro macarrão; de mãos dadas sobre a mesa, quase como uma adolescente (ó que meigo), com o estômago bem mais feliz, começa a se lembrar de alguns tantos porquês de se estar tão ligada a esta cidade garoenta, verdade, mas tempestiva também. E, por um momento, tem até vontade de chamá-la de lar.
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5 comentários:

.ailton. disse...

sinto falta de ti em jampa.

Rachel disse...

post bonito! beijo

Jr disse...

As vezes as "coisas" não mudam tanto, mas, as vezes, quando mudamos um quanto nossos olhares sobre as "coisas", as coisas mudam tanto... É só olhar por um ângulo diferente e enxergar as coisas boas das "coisas", mesmo daquelas coisas que aparente - ou seguramente - não são boas. Sorria para as coisas que as coisas, não raro, lhe devolverá com um belo sorriso soluções para um tanto de coisas.
Te amo Filha, muito...

Mirna Nóbrega disse...

que bom que voltou!

Adoro teus textos..acho eles tão serelepes, redondinhos, parece que cada palavra foi escolhida com todo carinho, mas tudo tão natural..

será que fez sentido?

beijos

Bruno R disse...

nada mal a foto de mirna...

bom, milena, eu tb acho que voo sem chapeu nao decola :)