Não nasci assim, não cresci assim e, muito menos vou ser sempre assim.

Não mesmo. Branca de Neve era o meu apelido quando nasci. Branquinha, branquinha, que nem leite. E os cabelos, sempre muitos, pretos. Bem pretos. Depois, as madeixas (que eu nunca sei se escrevo com xis ou com cê-agá) foram clareando. Até chegarem a um tom castanho-claro-dourado ou loiro-beeem-escuro-dourado, como queiram. Fios de ouro, brincavam os colegas na escola.

Mas eu nunca fui uma pessoa, assim, bege. Adoro um marrom, mas só nos acessórios. Não nos cabelos. Mesmo que seja um marrom-dourado. Não mesmo. Acho sem graça (há quem discorde e eu respeito, embora discorde dos que discordam).

E é bem provável que seja por isso que, desde 1995, não vejo a cor original das minhas melenas. São 14 anos, colegas (sim, eu fiz contas!), de muitas novas cores. Ruivos, loiros, acobreados e dourados. Teve até um vermelho picapau – episódio lamentável que se deu em Brasília (cheguei até a ir ao cinema com a cabeleira dessa cor, vocês acreditam?). A catástrofe foi resolvida com um castanho escuro, que resultou no ruivo mais acaju que os meus fios já ousaram na vida. Ficou interessante, bem escuro. E nunca mais cometi tal bobeira. Credo!

É sempre uma despedida doída essa coisa de mudar de tom. Mas o resultado é, quase sempre, bacana. Mudar me revigora.

pê.esse.: desapeguei da loirice... e parece que as pessoas já começam a me levar mais a sério!